“Objeto-espaço-vestível-dialógico”: entrega final

 Enig-ímã

Para a última entrega do trabalho "Objeto-espaço-vestível-dialógico" fiz esse vídeo mostrando como seria o objeto no dia a dia da minha casa. Uma das últimas observações feita sobre o desenvolvimento do meu trabalho foi o ponto inicial: onde os anéis estariam e como estariam para que as pessoas fossem convidadas a interagirem com eles. Assim, pensei em os espalhar pelos ambientes da casa - no vídeo, na porta de entrada e na mesa no centro da minha sala. Além de deixa-los espalhados pela casa sem nenhuma instrução pra minha família, passei o dia com eles na mão e observei as interações geradas. Filmando e editando tudo isso, esse foi o resultado:



Quis chamar o "Objeto-espaço-vestível-dialógico" de "Enig-ímã" porque acho que no final das contas é isso que ele acabou virando. O enigma é o que você faz dele.


Trajetória do projeto:

A ideia que começou com um ELO de dois anéis unidos por uma estrutura móvel revelou uma essência de interação pela limitação. Com as pessoas interligadas pelos dedos elas teriam que se movimentar para que chegassem a uma posição que estaria determinada por imagens dispostas no ambiente. Esse  "Objeto-espaço-vestível-dialógico"  tinha uma experiência muito ancorada nas regras estabelecidas pelas imagens dispostas no ambiente. No começo, tinha entendido que esse objeto-experiência se passaria num museu numa espécie de "não-sala". Quando entendi que tudo se passaria no ambiente da minha casa e os expectadores seriam minha família, minhas ideias começaram a mudar.

Passei da ideia para execução. Não vi como o ELO poderia seguir como experiência interessante, convidativa enriquecedora sem as regras e imagens. Os anéis sumiriam no espaço, quem iria querer usá-los? Quis continuar com a essência de interação pela limitação. Peguei objetos que tinha na minha casa (caixa de ovo, fitas, spray, espelho, cola quente..). Agrupei em um formato que julguei interessante e a intuição/experimentação tirou as regras do centro. Nascia ali um novo "Objeto-espaço-vestível-dialógico", vestível pelas fitas, espaço por você se ver no ambiente vestindo pelo espelho, dialógico por outra pessoa segurar esse espelho. Um pouco mais convidativo pelas cores e fitas, um pouco menos de conceito e mais experiência. No entanto, o objeto acabou tendo uma experiência muito mais rica como máscara (furos nos olhos), se tornando mais um adereço.

Retomei o pensamento da ideia dos anéis, interligando-os por fios longos de barbante. Como seria passar o dia na minha casa com minhas mãos ligadas entre si e com outras pessoas? Continuava pouco convidativo e com um ponto de partida pra a interação duvidoso. Sentir, tocar as coisas de uma outra forma... o que mais poderia trazer esse sentimento? Ai, quando eu estava trabalhando encima do desenvolvimento da primeira ideia (dos anéis e tal), me veio o questionamento: o quanto percebemos no que tocamos no dia-a-dia?  Nossa mão percorre por diferentes texturas e materiais o dia inteiro mas nem sempre nos atentamos a isso. E se tivesse algum objeto que nos atentasse à essa diversidade? Pensei no ímã. Um objeto dialógico por si. Se estivessem atrelados a mão de alguma forma, seriamos convidados a sentir as partes da casa de uma nova forma. O que seria atraído? O que não seria? O toque faria descobrir. A casa explorada no micro, sendo um conceito macro. Desenvolvendo essa ideia cheguei no vídeo acima.

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